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Desde fevereiro, esta quarta-feira, 24 de novembro, é o terceiro dia com mais novos casos de Covid-19 em Portugal. Um crescimento que, segundo os modelos matemáticos, não vai parar tão cedo. Óscar Felgueiras, matemático, não fica surpreendido.
"É um número que está dentro do esperado. Temos estado numa situação de crescimento exponencial e o Rt está em 1,20, o que significa que estamos aqui com um tempo de duplicação de casos na ordem das duas semanas e isto já vem acontecendo há algum tempo", explicou à TSF Óscar Felgueiras.
Tem-se registado uma duplicação de casos a cada duas semanas. E, se nada for feito, é essa a tendência que se vai manter, segundo o professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Ouça aqui o resumo da conversa com Óscar Felgueiras
"O que isto significa é que não ocorreu nenhum evento que tenha contrariado a trajetória que vem sendo seguida. Se houver uma diferença notória no comportamento da população, isso acabará por se refletir, com um certo atraso, no número de novos casos. Enquanto isso não acontecer, o que se espera é que a trajetória se mantenha inalterada e o que temos é este crescimento exponencial", prevê o professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
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Há duas semanas Portugal tinha registado 1600 novos contágios. Esta quarta-feira foram quase 3800 e, mantendo-se a tendência, daqui a duas semanas poderão ser 7400. Óscar Felgueiras admite que é provável que esses valores sejam atingidos.
"O ritmo a que vai a vacinação atualmente não é, por si só, suficiente para contrariar esta evolução dos números. Há uma dinâmica de subida que já se prolonga há várias semanas e que, à partida, vai continuar. Não existem, de momento, fatores que consigam impedir isto com facilidade. Acresce a isto que temos agora tempo mais frio que também não vai favorecer esta evolução", acrescentou o especialista.

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É preciso algo que muda a tendência. A vacinação pode ser uma das soluções mas, para o professor, terá de acelerar bastante.