ERS investiga. Médico em conflito com o Amadora-Sintra denuncia cenários de terror no hospital

Diretora clínica do hospital garante que o caso foi transmitido à Inspeção Geral das Atividades em Saúde e foi pedida uma investigação independente à Ordem dos Médicos.

O médico demitiu-se por ser alvo de queixas por assédio laboral quando dirigia o serviço de Cirurgia e acusa colegas de matar ou mutilar 22 doentes por más práticas. Deixou a chefia do serviço, mas segundo fonte do hospital, abriu um processo contra o seu sucessor e continua a trabalhar no hospital.

A administração do Amadora-Sintra promete esclarecer tudo e pede confiança aos utentes e, já está tarde, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) adiantou à Lusa a abertura de uma investigação.

"A ERS, após ter tomado conhecimento das notícias difundidas, sexta-feira, 13 de janeiro de 2023, em meios de comunicação social, decidiu proceder à abertura de processo administrativo para investigação dos factos alegadamente ocorridos no serviço de cirurgia geral do Hospital Amadora-Sintra", adiantou fonte oficial do regulador à agência Lusa.

As denúncias começaram em outubro passado e continuaram em novembro. A diretora clínica, Ana Valverde, garante que levou a sério o relato que lhe chegou por escrito, das mãos do anterior chefe de serviço, a "denunciar casos de má prática clínica por parte dos colegas de Cirurgia Geral".

No relato feito pelo Expresso refere-se que são dois os denunciantes que descrevem verdadeiros quadros de terror: doentes operados a cancros que não tinham - um deles até terá feito radioterapia -, doentes que morreram em cirurgias desnecessárias, ou pessoas que entram no bloco operatório para retirar determinado órgão e saíram tal como entraram.

Numa mensagem de vídeo enviada às redações, Ana Valverde garante que as denúncias foram levadas a sério, desde o primeiro dia: "Comunicamos o caso e as diligências tomadas à IGAS, a Inspeção Geral das Atividades em Saúde, abrimos uma auditoria clínica ao serviço de Cirurgia Geral e pedimos uma investigação independente à Ordem dos Médicos."

As averiguações ficaram a cabo do presidente do colégio da especialidade de Cirurgia Geral. O Expresso afirma, e o hospital confirma à TSF, que já foram revistos metade dos casos, mas até ao momento "não há situações de má prática clínica".

A diretora clínica do hospital admite que "as averiguações serão levadas às últimas consequências", lembra que foram realizadas mais 17.500 cirurgias e, depois do pico da pandemia, tem atendido casos mais graves.

Aos utentes que terão sido apanhados pelas notícias, a mensagem é de confiança.

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