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A Associação de Praças da Armada considera pouco razoável a mudança na Chefia do Estado-Maior da Armada. O presidente da Associação, Paulo Amaral, lembra que o almirante Mendes Calado foi reconduzido no cargo há sete meses.
Em declarações à TSF, Paulo Amaral pede explicações para a demissão de António Mendes Calado, sete meses depois da sua recondução.
"Consideramos que não é razoável, não só pela demissão, mas também porque uma organização como as Forças Armadas está sistematicamente a ser alvo de reestruturações. Isto cria alguma entropia nos militares, como também causa alguma estranheza na sociedade civil", explica.
Ouça aqui a entrevista de Cristina Lai Men com Paulo Amaral
O presidente da Associação de Praças da Armada quer explicações do ministro da Defesa. Paulo Amaral receia que esteja em marcha uma politização das Forças Armadas.
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"Todas estas reestruturações podem-nos eventualmente levar a pensar que esteja a caminho a tal politização das Forças Armadas, nomeadamente no seu topo", afirma.

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Também ouvido pela TSF, o vice-almirante Pires Neves, do grupo de Reflexão Estratégica Independente, igualmente crítico da reforma das Forças Armadas, estranha a demissão e mostra-se convicto de que algo de grave se passou. O vice-almirante Pires Neves admite estar preocupado e considera ser importante saber as razões pelas quais o almirante António Mendes Calado está a ser alvo de um processo de demissão.

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O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, vai propor ao Presidente da República a demissão do chefe do Estado-Maior da Armada. De acordo com fontes ligadas à área da Defesa, o atual chefe do Estado-Maior da Armada, almirante António Mendes Calado deverá, por proposta do Governo, sair do cargo que ocupa desde 2018. O vice-almirante Gouveia e Melo que chefiou, até agora, a task force da vacinação contra a Covid-19 vai ser proposto pelo Governo ao Presidente da República para substituir António Mendes Calado.

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