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O investigador Miguel Castanho não esconde que estes dados relativos à taxa de incidência, que já está acima da linha vermelha, são bastante inquietantes.
"São dados preocupantes no sentido em que mesmo a doença mais moderada e ligeira tem consequências sociais. Há muita gente doente e isso é uma perturbação na vida das famílias, para a economia e não nos podemos esquecer também da Covid prolongada. Nesse sentido, não podemos subestimar aquilo que é, de facto, uma incidência muito elevada", explicou à TSF Miguel Castanho.
Ouça as declarações do investigador à TSF
O especialista do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa pede para que não se subestime a crescente taxa de incidência da Covid, até porque o Natal está à porta e é a época propícia aos contágios.
"Vem aí o Natal e sabemos que é uma época propícia aos contágios na forma como o vivemos, de grande mobilidade, encontro e convívio dentro de espaços fechados. Portanto, agora temos uma circunstância que é particularmente delicada em termos de pandemia. Estes números que estamos a observar são de uma tendência que já vem detrás mas, ao mesmo tempo, estamos a aproximarmo-nos do Natal e a este fator que vem detrás somam-se fatores circunstanciais e locais que podem agravar a situação", afirmou o investigador.
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Sobre a primeira morte associada à nova variante da Covid, registada no Reino Unido e revelada esta segunda-feira pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, o investigador fala, acima de tudo, de um momento psicológico que é bastante importante.

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"Ainda não sabemos muito. Existem alguns indícios e o mais forte deles é o da transmissibilidade. Parece seguro antever-se já que, de facto, a transmissibilidade é acrescida nesta variante. Tudo o resto ainda é relativamente prematuro. É claro que agora é um momento psicológico importante, que é o falecimento de um paciente no Reino Unido mas que, apesar de tudo, não chega para construir toda a história, até porque não temos muitos elementos sobre esse paciente", acrescentou Miguel Castanho.
O Reino Unido é o país com maior número de mortes por Covid-19 na Europa, 146.439 desde o início da pandemia, contando com 81,3% da população vacinada com duas doses da vacina e 40,2% com uma terceira dose.
A Covid-19 provocou pelo menos 5.300.591 mortes em todo o mundo, entre mais de 269,02 milhões infeções pelo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 57 países de todos os continentes, incluindo Portugal.