"Não tem vidros nas janelas." Rendeiro apresenta queixa à ONU por falta de condições na prisão

A advogada de Rendeiro na África do Sul garante que a prisão de Westville, em Durban, onde o ex-presidente do BPP está detido, "não tem água quente, não há assistência médica e roupa de cama". Para June Marks, as condições da prisão pode piorar o estado de saúde de Rendeiro, que está detido numa cela com outras 50 pessoas.

João Rendeiro vai apresentar uma queixa nas Nações Unidas contra as condições da prisão onde se encontra detido na África do Sul.

O jornal Expresso escreve que o antigo banqueiro já deu indicações à sua advogada para avançar com a denúncia junto da ONU. June Marks, advogada de Rendeiro na África do Sul, citada pelo semanário, garante que a prisão de Westville, em Durban, onde o ex-presidente do BPP está detido, "não tem vidros nas janelas, nem água quente, não há assistência médica e roupa de cama".

A advogada garante que Rendeiro está doente e com febre, tendo mesmo sido consultado na prisão, na quarta-feira, mas que é necessário ser visto por um médico.

Para a advogada de João Rendeiro, as condições da prisão, e a tuberculose, frequente nas cadeiras sul-africanas, podem piorar o estado de saúde do ex-banqueiro, de 69 anos, que está detido numa cela com outras 50 pessoas.

Rendeiro regressa esta sexta-feira ao tribunal de Verulam para o início do julgamento do processo de extradição para Portugal.

Apesar da situação clínica, João Rendeiro vai estar presente na audiência, que está agendada para as 09h00 (07h00 em Lisboa). É a primeira desde que a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou (no dia 12) o envio do pedido de extradição do ex-presidente do BPP, transmitido por via diplomática para a África do Sul.

Todavia, June Marks assumiu que apenas vai ter acesso esta sexta-feira ao pedido formal de extradição, pelo que a sessão no tribunal de Verulam será, essencialmente, "uma data provisória para agendar outras datas" e que poderá haver somente alguma discussão sobre o envio dos documentos e se estes estão devidamente "autenticados".

Em declarações à TSF, Paulo Saragoça da Matta defende que "sempre que um cidadão é confrontado com uma violação dos seus direitos humanos, pode dirigir-se à Comissão de Direitos Humanos da ONU ou apresentar uma queixa ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem".

"É possível, mas também era expectável que assim fosse", explica Saragoça da Matta. "O senhor Doutor Rendeiro não podia esperar encontrar numa cadeia" as condições de um hotel.

Notícia atualizada às 9h45

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