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A intenção do Governo de exonerar o chefe do Estado-Maior da Armada e de o substituir pelo vice-almirante Gouveia e Melo está a causar preocupação e a ser alvo de críticas por parte de várias associações e personalidades ligadas ao meio militar que suspeitam de uma politização das Forças Armadas. Uma dessas vozes é a do presidente da Associação Nacional de Sargentos.
António Lima Coelho não tem dúvidas que este episódio vai deixar marcas muito profundas no universo militar, "venha qual vier a ser a solução", gerando, "não só no seio do próprio ramo, mas das Forças Armadas em geral, uma situação de grande insegurança e instabilidade".
"Um chefe militar ser demitido é qualquer coisa de muito grave, não apenas para o próprio, mas para toda a instituição. Pergunto com que olhar vão ver o seu futuro chefe quando tiver de afrontar o poder político na defesa dos seus homens, com que olhar os subordinados vão ver o seu chefe, que aceita ser chefe nestas circunstâncias." O presidente da Associação Nacional de Sargentos garante que os militares estão "profundamente preocupados".
Ouça as declarações de António Lima Coelho.
António Lima Coelho deixa também um desafio dirigido a Marcelo Rebelo de Sousa: "Espero que o senhor Presidente da República, por uma vez, seja efetivamente o comandante supremo das Forças Armadas, porque não temos assistido a isto em situações anteriores, quer na resposta às solicitações que repetidamente lhe temos feito, quer na promulgação de diplomas que sabe ele muito bem que têm sido profundamente prejudiciais ao exercício da missão militar."
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O presidente da Associação Nacional de Sargentos critica ainda a promulgação do último diploma, referente à estrutura superior das Forças Armadas, referindo que "foi mais um prego muito grave nisto da comissão liquidatária das Forças Armadas".

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