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Pedro Pinto Leite, da Direção-Geral da Saúde, nota que Portugal "está numa fase diferente", com "valores históricos" desde o início da pandemia. Na reunião do Infarmed, o especialista explicou, no entanto, que a vacinação permite que os internamentos continuem abaixo do nível de alerta.
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"Não obstante à proteção dada pelas vacinas, temos de olhar para este aumento de casos com alguma cautela, principalmente na pressão no sistema de saúde. Ainda assim, o número de internamentos nos cuidados intensivos manteve-se com uma tendência estável", explicou, na primeira intervenção na reunião no Infarmed.
O especialista nota que Portugal está abaixo do nível de alerta quanto aos internamentos, e "muito abaixo" no que diz respeito a camas em UCI. Já quanto ao número de casos, "a incidência da Covid-19 está em 2007 casos", ou seja, "mais 131 por cento em relação à semana anterior".

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A média diária, na semana passada, é de 21 mil casos, com "incidência fortemente crescente" em todas as regiões do país, especialmente em Lisboa e Vale do Tejo e a Madeira. O grupo etário com mais casos é o dos 20 aos 29 anos, com "o aumento da incidência em todos os grupos etários, especialmente nos mais novos".
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"Na última semana tivemos 1,7 milhões de testes", disse, referindo que foi a semana com "o maior número de testes realizados". A positividade dos testes foi de 10 por cento, "superior ao valor de referência de 4 por cento".
Quanto à vacinação, "há uma elevada cobertura vacinal", com 89 por cento da população com o esquema vacinal completo de duas doses.
Pedro Pinto Leite lembra que a região de Lisboa e Vale do Tejo foi a primeira a identificar casos da variante Ómicron, e os números de internamento aumentaram "50 por cento", com o número de camas em UCI a manter-se estável.
"O risco de internamento mantém-se inferior nos grupos com vacinação completa, com um risco de 2 a 6 vezes menor", indica.
Já sobre a mortalidade, o especialista da DGS afirma que "há 19 óbitos por milhão de habitantes" nos últimos 14 dias, abaixo do valor de referência. A tendência é estável e inferior aos valores recorde da pandemia.
"A mortalidade é moderada", diz, sendo "substancialmente inferior" nas pessoas com esquema vacinal completo.
"No grupo etário dos 80 anos, por cada cem casos sem esquema vacinal completo, 27 morriam, ou seja, a cada quatro, um morria. Com a vacinação reduzimos o valor para um em dez. E com a vacinação de reforço, passámos para um em 20", explicou.

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