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Além dos três exames no final do ensino secundário, um obrigatório - o de português -, e outros dois à escolha do aluno, os exames vão passar a ter um peso mais baixo na classificação final. O presidente do Conselho Nacional de Educação considera que há países com soluções diferentes para a conclusão do ensino secundário. Ouvido pela TSF, Domingos Fernandes reconhece que o modelo escolhido acaba por retirar identidade ao secundário, fazendo dele apenas um corredor para ingressar na Universidade.
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"Em muitos países faz-se de formas independentes, como provas de competência lógica e matemática, ou competência de leitura e outro tipo de competências que são fundamentais para ingressar num curso de ensino superior", explica Domingos Fernandes.
Questionado sobre se Portugal deveria ter um modelo semelhante, o presidente do Conselho Nacional de Educação defende que tanto o ensino superior como o ensino secundário beneficiariam.
"O ensino secundário, neste momento, é uma espécie de corredor de passagem para o ensino superior. Isto retira-lhe uma certa identidade, de formar cidadãos com determinado tipo de competências, conhecimentos e atitudes", afirma.
Ouça aqui as declarações de Domingos Fernandes à TSF
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Domingos Fernandes considera ainda que esta redução do valor dos exames na classificação final da disciplina, que passa de 30 para 25 por cento, não é expressiva, mas reforça a confiança na avaliação que é feita pelos professores ao longo do ano letivo.
"É uma alteração que, no fundo, vai reforçar a confiança do legislador na avaliação interna que os professores realizam", sublinha.
João Costa e Elvira Fortunato recusaram qualquer divergência entre ministérios no que diz respeito à manutenção ou fim dos exames nacionais do ensino secundário, tendo o ministro da Educação justificado a opção pela continuidade com a necessidade de assegurar mecanismos que permitam aferir a "fiabilidade e equidade do sistema", e com a "necessidade de continuar a aprofundar a complementaridade entre avaliação interna e avaliação externa, no sentido de uma valorização do ensino secundário como um fim em si mesmo e não apenas como porta de acesos ao ensino superior".
Já Elvira Fortunato sublinhou o trabalho "em articulação" entre os dois ministérios e deixou a garantia de que o Governo não quer "criar qualquer problema no acesso ao ensino superior".