Ordem dos Médicos acusa hospitais de guardar camas para doentes Covid-19 que não chegam

O presidente da secção sul da Ordem dos Médicos pede que as regras sejam iguais para todos.

A Ordem dos Médicos acusou os hospitais de reservar espaços vazios para doentes com Covid-19, quando esses espaços fazem falta a pacientes com outras patologias. O presidente da secção sul da Ordem dos Médicos, Alexandre Valentim Loureiro, visitou o Hospital Garcia de Orta, em Almada.

"Os doentes Covid-19 têm uma enfermaria e uma unidade de cuidados intensivos que está que está lotada a menos de 50% e ao lado temos uma lotação dos cuidados intensivos e dos internamentos a mais de 100% para as outras patologias. Continuam ainda a ter blocos operatórios fechados à espera de um doente Covid-19 que é operado de 15 em 15 dias, quando há doentes de ortopedia a ultrapassar os tempos de espera do trauma e das fraturas que seriam adequados", disse o representante da Ordem dos Médicos no final da visita.

O médico da B SAD, que está infetado com a nova variante, esteve no Hospital Garcia de Orta e, por isso, a urgência e as consultas externas de pediatria foram encerradas. Além disso, 28 profissionais de saúde foram obrigados a ir para casa e a confinar-se. Alexandre Valentim Loureiro considera a medida tardia e excessiva.

"A delegada de saúde aplicou uma medida que ainda por cima devia ser relacionada com os dias dos contágios e os contágios ocorreram cinco dias antes de a medida ser anunciada, porque o médico já não ia ao hospital desde a anterior quinta-feira e isto foi espoletado na segunda ou na terça-feira seguinte", explica.

De acordo com o presidente da secção sul da Ordem dos Médicos garante que os profissionais de saúde estão bem, mas só podem voltar ao hospital depois de realizarem um novo teste no fim de semana.

"Há dois anos, quando estivemos em pico de pandemia, milhares de profissionais foram infetados e iam para casa para não contaminarem ninguém, mas os contactos com quem eles trabalhavam no dia a dia continuaram a trabalhar, senão os serviços tinham encerrado e as pessoas morriam", comenta.

Alexandre Valentim Loureiro compreende as cautelas relativas à variante Ómicron, mas acredita que as regras devem ser iguais para todos e não se pode esquecer que a maioria das pessoas está vacinada, até porque 80% dos doentes Covid internados em Almada não estão vacinados.

Nesse sentido, o representante da Ordem dos Médicos considera que se deve testar esses profissionais e "ao fim de cinco ou sete dias, se forem negativos, voltarem a trabalhar". De acordo com Alexandre Valentim Loureiro, o mesmo se passa em outros hospitais.

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