"Pensei que ia para um gabinete e fazia a vacina." Há um ano, António Sarmento foi o 1.º vacinado

O diretor de infecciologia do Hospital de S. João foi, há um ano, a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 em Portugal e conta como foi.

Faz um ano na segunda-feira que António Sarmento, diretor do serviço de doenças infecciosas do Hospital de S. João, recebeu a primeira vacina contra a Covid-19 inoculada em Portugal.

Agora, o médico diz à TSF que foi apenas mais um dia. "Foi um dia, para mim, normal. Eu disse sempre que não fugia da vacina, nem corria atrás dela. Quando me chamassem, fazia", conta.

António Sarmento explica como foi o processo: "Dois dias antes falou-me o diretor do hospital, o professor Fernando Araújo, a perguntar se eu não me importava de ser o primeiro a ser vacinado. Eu disse-lhe que sim, que não me importava nada."

No entanto, nem tudo lhe foi explicado desde o início. "Estava convencido que até era uma coisa para consumo interno do hospital. Que era para que no hospital se soubesse que o diretor do serviços de doenças infecciosas já tinha feito a vacina. Até nem tinha nada preparado para isso, não tinha uma t-shirt. Pensei que ia para dentro de um gabinete e fazia a vacina", relata António Sarmento.

Por não saber de todo o mediatismo, o diretor de infecciologia do Hospital de S. João dormiu "sossegado" na véspera. "Se soubesse que ia ser toda aquela exposição a que não estou habituado, se calhar tinha sido uma noite de insónias", revela.

António Sarmento salienta que "se isso teve algum significado" fica contente, porque todos têm "instintivamente a vontade de ajudar e a vontade de contribuir para o bem público".

Quanto a efeitos secundários, o primeiro vacinado em Portugal é categórico: "Nada, nada, nada. Não tive nada de nada."

António Sarmento falou ainda sobre o estado atual da pandemia e pede que todos se vacinem.

"Os casos graves que temos são praticamente todos, senão todos, pessoas que não estão vacinadas ou então pessoas que tinham comorbilidades quem comprometiam seriamente o efeito da vacina", aponta.

Travar a pandemia, para o médico, tem uma solução: "Continuar a vacinar as pessoas que não foram vacinadas. É claro, porque protege claramente. Para os muitíssimos casos diários que temos agora, os internamentos diminuíram."

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