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Analisar o risco dos neofascismos e das direitas radicais e com que formas se manifestam na atualidade são os propósitos do congresso que começa esta sexta-feira na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A iniciativa, organizada pelo Centro de Investigação Transdisciplinar "Cultura, Espaço e Memória" e pelo Instituto de História Contemporânea, junta oradores europeus e americanos para discutirem os fenómenos que têm vindo a crescer em todo o mundo.
O historiador Bruno Madeira é um dos organizadores do congresso e explica que o avanço desses movimentos, "nos Estados Unidos da América com Donald Trump, no Brasil com Jair Bolsonaro e que na Europa têm expressão na Polónia, na Hungria, na Eslováquia, na Áustria, na Alemanha, na França e agora também em Portugal e na França", justifica que esses fenómenos sejam discutidos.
Ouça aqui a conversa da TSF com o historiador Bruno Madeira
Um pouco por todo o mundo, os comportamentos e as consequências das ações da extrema-direita vão ser discutidos por investigadores europeus e americanos. Bruno Madeira sublinha que as participações, para além de abordagens históricas, vão contar com perspetivas "da ciência política, da filosofia, da psicologia e da filosofia e ainda outras áreas mais dispersas como a literatura ou os estudos do cinema".
Disciplinas que ajudam a perceber que a história se manifesta ciclicamente, ainda que sob novas formas e com outros alvos. "Se nos anos 1920 e 1930 havia um fascismo histórico muito desligado do liberalismo económico, a partir dos anos 1960 e 1970 houve um progressivo aproximar e, entretanto, uma profunda conversão do neofascismo às teorias económicas do neoliberalismo", explica o investigador.
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O "recrudescimento destas direitas pós-fascistas" deve, por isso, ser compreendido, diz Bruno Madeira, na ótica do "mundo neoliberal" que existe atualmente.
As novas metamorfoses das direitas radicais vão estar em discussão até sábado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde as fake news e as diferentes latitudes dos comportamentos da extrema-direita vão também estar em discussão.