"Porque é que as nuvens não caem?" Festival das Perguntas sai para a rua

Organizado pelo Colégio Interacional de Vilamoura o festival está nas montras de Loulé e vai andar nos autocarro.

Depois de ter parado durante a pandemia, o Festival das Perguntas voltou este ano. E, na sua 10ª edição, saíu das quatro paredes da escola e veio para a rua."Os humanos são melhores a criar coisas ou a destruí-las?" (Débora Ferreira, 10.º ano) "A vida pode acabar antes da morte?" (Daniel Ramos, 8.º ano) são algumas das questões que podem ler-se nas montras das lojas da Rua Maria Campina, em Loulé. Os alunos corporizaram as questões selecionadas em ilustrações e colocaram-nas em 16 montras do comércio local.

" Os alunos já tinham a experiência de desenhar as perguntas no colégio, tanto na zona desportiva, como no bar", conta Dina Adão, bibliotecária e uma das dinamizadoras do Festival. Mas este ano, a escola pensou em trazer esta iniciativa para a comunidade. Além disso, a partir de Abril e em parceria com a Loulé Local, as perguntas escolhidas vão andar a circular em banners nos autocarros da rede de transportes urbanos de Loulé.

O colégio Internacional de Vilamoura tem 650 alunos de 45 nacionalidades e, no Festival das Perguntas, desde muito novos os jovens são levados a questionar tudo. " Nota-se desde os mais pequenos até aos mais velhos uma grande inquietação, por vezes com questões simples como " porque é que as nuvens não caem?",revela Dina Adão. " Nos mais velhos, " as perguntas atingem a dimensão do mundo, da injustiça humana", acrescenta.

A professora de filosofia responsável por dinamizar o festival que este ano foi realizado em parceria com a câmara Municipal de Loulé, garante que os docentes não interferem nas questões que os jovens apresentam." Cada um está consigo próprio, pensando na sua própria pergunta", assegura. "A escola por norma não tem espaço e tempo para se dedicar a fazer perguntas e é preciso esse tempo", considera Laurinda Silva.

A intenção é levar os jovens não só a questionarem, mas a pensarem nas respostas que daí podem resultar. Carolina Oliveira, aluna do 9º ano com 14 anos, lembra-se de uma questão que a marcou e levou para debate junto da família." A pergunta era se há racismo sem intenção", conta, um assunto que, em sua opinião "é atual e polémico". " Estivemos a discutir e percebi que sim, que existe e de várias formas", conclui. Nesta edição foi também lançado o desafio a alguns artistas para corporizarem as questões selecionadas em ilustrações, banda desenhada ou escultura. A exposição ficará patente a partir de Maio na Galeria Aderita Artistic Space, em Vale do Lobo.

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