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As autoridades de saúde portuguesas decidiram esta quinta-feira retomar a administração de vacinas da AstraZeneca contra a Covid-19, três dias depois do anúncio de uma suspensão temporária devido a relatos em vários países de casos de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas.
"O plano de vacinação sofreu uma pausa no que concerne à vacina da AstraZeneca e vai ser posto em marcha outra vez a partir de segunda-feira. Vamos retomar o plano, acelerando-o", afirmou o coordenador da "task force" para a vacinação contra a Covid-19, vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, numa conferência de imprensa em que esteve também presente o presidente do Infarmed, Rui Ivo, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
Nesta conferência de imprensa, Gouveia e Melo garantiu que, no período "de uma semana a uma semana e meia" será recuperado o tempo perdido pela suspensão da vacina da AstraZeneca.
"Vamos recuperar muito rapidamente essa vacinação e vamos vacinar outras pessoas para além dessas 120 mil. Nós, mais uma semana, semana e meia, temos o plano recuperado como se não tivéssemos feito nenhuma pausa", sublinhou Gouveia e Melo, dizendo ainda que a vacinação de professoras foi reagendada para os dias 27 e 28 de março.
Ouvido pela TSF, João Dias da Silva, da Federação Nacional de Educação, faz um apelo para que o pessoal docente e não docente aceite ser vacinado com a AstraZeneca. João Dias da Silva nota que, de uma maneira geral, os professores e os funcionários estão disponíveis para serem inoculados com o medicamento anglo-sueco.
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Ouça as declarações de João Dias da Silva à TSF sobre a vacinação dos profissionais da educação
Também em declarações à TSF, Mário Nogueira diz que não conhece professores e funcionários que rejeitem tomar a vacina da AstraZeneca. O líder da Fenprof acredita que, se exisitir pessoal docente e não docente que não queira tomar a vacina, será numa proporção reduzida face aos professores que querem tomar o medicamento.
Mário Nogueira diz à TSF que a maioria dos profissionais da educação quer tomar a vacina da AstraZeneca

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Confiança na vacina
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas e o Presidente do Infarmed, Rui Ivo, sublinharam nesta comunicação ao país que os "benefícios desta vacina são largamente superiores ao risco". Por isso, Graça Freitas apela à confiança na AstraZeneca.
"O apelo que nós fazemos aos portugueses é que ponderem muito bem antes de recusar. A alternativa é ficarem desprotegidos de uma doença grave que pode ser letal", referiu a diretora-geral da Saúde.
A decisão das autoridades des saúde portuguesas foi anunciada na sequência da decisão da Agência Europeia do Medicamento (EMA) de que a vacina da AstraZeneca "é segura e eficaz" e que não está associada aos casos de formação de coágulos sanguíneos que levaram à suspensão da sua utilização em mais de uma dezena de países europeus.
Em Portugal, a pandemia de Covid-19 já provocou 16.743 mortos entre os 816.055 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.