Preservativo cada vez mais posto de lado. "A perceção de risco mudou porque a grande ameaça era o VIH"

No Dia Internacional do Preservativo, a DGS alerta que o uso do preservativo não só previne gravidezes indesejadas e a infeção com o VIH, como também a sífilis, a clamídia, a gonorreia e hepatites.

O preservativo ainda é uma proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis, mas a Direção-Geral da Saúde (DGS) admite que a utilização do método contracetivo tem diminuído. No Dia Internacional do Preservativo, a DGS admite que é essencial continuar a apostar no acesso gratuito e facilitado aos preservativos, pela sua elevada eficácia na prevenção de infeções sexualmente transmissíveis e de gravidezes não desejadas.

Margarida Tavares, diretora do Programa Prioritário para a área das infeções sexualmente transmissíveis da DGS, reconhece que, desde que foi esbatida a ameaça mortal da SIDA, o uso do preservativo foi mais posto de lado. "A perceção do risco mudou desde então, porque a grande ameaça era a infeção VIH", aponta.

A responsável lembra, no entanto, que "o uso de preservativo continua a ter todo o lugar porque existem outras infeções sexualmente transmissíveis, e essas infeções não são prevenidas dessa forma".

"Por vezes, as pessoas poderão dizer: 'Mas são infeções menos graves.' Também têm as suas consequências e também são muito importantes em termos de carga de doença e de risco para a saúde. Portanto, também têm de ser prevenidas."

Margarida Tavares elenca a sífilis, a clamídia, a gonorreia e o caso das hepatites, para os quais o preservativo é ainda a melhor opção preventiva. Por isso, as campanhas de sensibilização têm de continuar, sustenta: "Acredito que possamos intensificar um pouco, e agora o nosso programa, além do programa nacional, além de se focar na infeção com VIH... Nos últimos seis meses, mudámos a designação e os objetivos do programa, também para incluir as outras doenças sexualmente transmissíveis."

"Vamos insistir mais nessa questão, e queremos que o acesso às medidas preventivas, nomeadamente ao preservativo, seja maior e mais fácil", garante a diretora do Programa Prioritário para a área das infeções sexualmente transmissíveis da DGS.

Só em 2021, a Direção-Geral da Saúde distribuiu quatro milhões de preservativos, e, em 2022, o objetivo é superar este número.

Recomendadas

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de