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Os sismos na ilha de São Jorge, nos Açores, foram este sábado menos frequentes, mas podem estar a ser subavaliados devido ao vento e agitação marítima, segundo o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).
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A informação foi avançada pelo presidente do CIVISA, Rui Marques, em declarações aos jornalistas no briefing diário sobre a situação da crise sismovulcânica em São Jorge, que se regista desde o dia 19 de março.
De acordo com Rui Marques, essa diminuição registada este sábado segue "a tendência" verificada "desde o dia 31 de março do decréscimo da frequência diária", havendo este sábado, até ao início da tarde, "46 sismos registados na rede desde as 00h00", mas é necessário avaliar esta evolução.

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"Este valor de alguma forma é subavaliado", tendo em conta a passagem da Depressão Evelyn "sobre a ilha de São Jorge, e como tal, face ao vento e à vibração que a vegetação induz no solo, bem como à agitação marítima" parte da "monitorização feita pelos sismómetros é comprometida", explicou.
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Rui Marques precisou que "tudo o que são sinais de baixa energia ou de baixa magnitude acabam por não ser visíveis" ao operador que trabalha "no centro de aquisição de dados".
"Por isso, temos uma subestimação clara do número de sismos desde a meia-noite de hoje. Este número não reflete certamente aquilo que é a sismicidade real", apontou, dizendo ainda que será necessário esperar por domingo para analisar a evolução.
Aos jornalistas o presidente do CIVISA adiantou ainda que domingo chega à ilha de São Jorge a equipa de cientistas do Instituto Volcanológico das Canárias (INVOLCAN), Espanha, para integrarem "o programa de medição de temperatura e de desgaseificação no solo".
"E vêm dar algum apoio naquilo que é a rendição das equipas, tal como o CIVISA também fez com sete missões à ilha de La Palma na altura em que ocorreu a erupção", acrescentou.
Desde a tarde de 19 de março que se tem vindo a registar atividade sísmica na parte central da ilha de São Jorge, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, e que "continua acima do normal", segundo o CIVISA.
Quanto a atividade na Ponta dos Rosais, o responsável adiantou que, desde as 00h00 deste sábado, "não foi registada nenhuma atividade".
"A sismicidade neste setor entre a vila das Velas e a Fajã do Ouvidor tem claramente alguma influência naquilo que é a sismicidade da Ponta dos Rosais", esclareceu.
A ilha mantém o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa "estado de repouso" e V6 "erupção em curso".