Relatório do MAI aponta falhas de segurança com "riscos muito elevados" no SIRESP

Falhas podem colocar em causa investigações em curso e permitem a identificação, em tempo real, de operacionais que estejam no terreno, aponta relatório.

Há falhas de segurança com "riscos muito elevados" no Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), admite a secretaria-geral do Ministério da Administração Interna (MAI) num relatório a que o jornal Público teve acesso.

Questionada a propósito desses problemas que, lê-se - podem "colocar em risco a segurança de pessoas e bens" - a SIRESP S.A, responsável pela operação do sistema, afirma que há dados imprecisos no relatório, mas admite que há fragilidades por resolver, estando "em curso ou previstas medidas para reforço da segurança, capacidade, cobertura e futura alteração de tecnologia da rede" de comunicações do Estado.

Um problema apontado como "gravoso" está relacionado com o desenvolvimento de aplicações paralelas que agregam numa única página na internet diversos dados críticos do SIRESP e que terão sido criadas sem "políticas de segurança lógica de segregação da informação de acordo com as necessidades operacionais de quem consome a informação", um princípio de segurança considerado básico.

Outro dos riscos está relacionado com a falta de segurança no acesso à gestão dos grupos de comunicação feitos através de entidades privadas parceiras, permitindo acrescentar dispositivos sem que isso fosse notado e abrindo a porta a que as comunicações fossem escutadas por pessoas exteriores.

O relatório da secretaria-geral do MAI nota que é possível para entidades externas saber a localização em tempo real de operacionais no terreno, incluindo agentes responsáveis pela segurança pessoal dos mais altos representantes do Estado, por investigações criminais ou das secretas.

Além disso, é possível cruzar dados e "relacionar entidades com locais de operação", o que permite "obter informação crítica como o modo de operação e rotinas de órgãos de soberania".

O MAI identifica ainda problemas com os locais físicos onde estão armazenados os servidores do SIRESP, quatro espaços espalhados pelo país, arrendados a uma empresa privada, "sem que haja um controlo do Estado sobre acesso aos espaços.

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