Rui Portugal disponível para substituir Graça Freitas na direção-geral da Saúde

Graça Freitas anunciou que decidiu não renovar o mandato enquanto diretora-geral da Saúde, mas assegurou que se manteria no cargo até ser substituída. Rui Portugal é o primeiro a mostrar-se interessado no cargo.

Ainda não foi aberto o concurso para substituir Graça Freitas na Direção-Geral da Saúde (DGS), mas já há um candidato disponível: o subdirector-geral da Saúde, Rui Portugal.

"Estou totalmente preparado para apresentar uma candidatura à Cresap [Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública] para diretor-geral da Saúde", afirmou Rui Portugal em entrevista ao jornal Público esta quarta-feira.

"Tenho currículo, experiência local, regional, nacional e internacional que mo permite (...) acho que posso dar um contributo muito significativo quer no discurso quer na agenda", destaca.

Enquanto o subdirector-geral da Saúde, o combate às desigualdades na saúde tem sido sua a principal preocupação, afirma. "Tenho privilégio, pela família que tenho, de ter praticamente percorrido o território nacional. Conheço o país. Tive uma mãe assistente social - talvez por isso tenha ido para saúde pública - e vi a maior miséria que possa imaginar. A minha mãe fazia-o numa perspetiva caritativa e de misericórdia que era a sua educação e a sua formação. Eu faço-o numa perspetiva caritativa e de misericórdia que é a minha formação de fé, mas sobretudo numa perspetiva de justiça."

Questionado se a imagem da DGS saiu prejudicada durante a pandemia, Rui Portugal considera que as homenagens a Graça Freitas e o reconhecimento do seu trabalho provam que não, mas admite que "houve erros", com os quais é preciso "aprender", e "falhas de comunicação".

"Certamente houve falhas. Quando há muita exposição e graus de incerteza muito elevados, a probabilidade de haver falhas na comunicação aumenta", justifica, assumundo que "também existem devido a falhas na transmissão da mensagem."

Sobre o episódio que colocou Rui Portugal na agenda dos humoristas nacionais - quando, no Natal de 2020, o subdirector-geral da Saúde recomendou a oferta simbólica de compotas em vez de presentes, disse que a ceia podia ser a qualquer hora do dia e desaconselhou "substâncias que possam trazer maiores afetividades" - aconteceu num período especialmente difícil a título pessoal, revela.

"Aquela comunicação foi feita oito dias depois de enterrar a minha mãe com Covid e, se calhar, não estava na posse de todas as minhas faculdades. Mas independentemente disso, lição aprendida. Por um lado, não se pode usar estes exemplos tão coloquiais e temos de ter uma formulação de frases mais direta e simples."

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