Salvamento de centenas de papagaios-do-mar teve "taxa de mortalidade elevadíssima"

Catarina Eira, diretora do ECOMARE, diz à TSF que os que sobreviveram estão a evoluir bem.

A missão de salvamento de centenas de papagaios-do-mar que deram à costa portuguesa em mau estado de saúde há uma semana não correu como esperado e teve "uma taxa de mortalidade altíssima.

As aves provenientes do norte da Europa chegaram a Portugal muito magras e desidratadas. Muitas foram encontradas mortas, mas 170 foram encaminhados para o ECOMARE, em Ílhavo, o maior centro europeu de recuperação de animais marinhos, que pertence à Universidade de Aveiro.

Foram dias intensos, conta Catarina Eira, diretora do centro: "Isto agora, com 20 animais, é um bocadinho mais fácil, mas quando tínhamos dezenas era complicado e, por causa disso, tivemos de chamar toda a equipa de reabilitação, tivemos de chamara alunos voluntários também da Universidade de Aveiro, porque era começar uma ronda de alimentação e, mal se terminava, tínhamos de começar imediatamente outra."

Nem tudo correu bem. "Foi uma taxa de mortalidade elevadíssima. Em estimativas muito preliminares, não chegou a uma taxa de sucesso de 15%. De qualquer maneira, já é muito bom, porque os animais vinham em muito mau estado, precisaram de uma equipa enorme sempre a tratar deles e termos estes 20 animais é muito bom sinal", afirma a diretora do ECOMARE.

O estado de saúde dos papagaios-do-mar está a melhorar e, se no início eram alimentados por uma sonda, agora já começam a conseguir apanhar o alimento. "A maior parte deles já está a comer peixe sozinhos. Ou seja, são colocados na piscina, é-lhes posto o peixe de muito pequena dimensão à disposição e eles já conseguem apanhar o seu próprio alimento. Isto é o melhor sinal que nós queríamos, mas ainda há alguns, muito poucos, que estão a ser entubados, porque estão em piores condições", descreve Catarina Eira.

Estes últimos têm um prognóstico reservado e não é garantido que se salvem.

"Tudo isto é uma incógnita. Para já, o que mais me preocupa é que muitos deles estão na muda e não poderão ser libertados. Ainda temos de pensar melhor em como vamos fazer para eles poderem ser devolvidos ao oceano com capacidade de voo", admite a diretora do centro em Ílhavo.

Por enquanto, são 20 os papagaios-do-mar que estão nas piscinas e nas caixas de reabilitação do ECOMARE. Todos recuperam em silêncio. Assim que melhorarem, serão libertados e vão voltar à vozearia do costume.

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