Seca já obriga produtores a alimentarem o gado à mão

A região do Alto Alentejo já está a ser atingida pela seca severa que atravessa 34% do território nacional, enquanto a seca extrema atinge 11% do país.

A Comissão de Acompanhamento da Seca reúne-se esta terça-feira, sem qualquer previsão de chuva para os próximos dias. Um terço do país está em seca severa e nos campos do Alentejo os agricultores começam a ter despesas que não estavam previstas para esta época do ano.

"Está tudo a precisar de água", alerta o agricultor de Elvas, João Paulo Rodrigues, numa altura em que produtores agrícolas do Alto Alentejo já estão a alimentar o gado à mão e a regar os cereais a partir de barragens, sem perspetivas de chuva para os próximos dez dias, tal como indicam as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

"Não há pastagens para o gado e já se está a recorrer aos fatores de produção. Temos também que fazer alguns herbicidas nos cereais, mas estamos pendentes do fator humidade. Não temos humidade no chão", aponta o agricultor, tratando-se de dois detalhes que ilustram os tempos de seca que a região atravessa nesta época do ano.

Se os campos deveriam ter pasto suficiente para alimentar o gado, a terra deveria ser regada pela água da chuva. "Estamos a fazer investimentos que não devíamos estar a fazer nesta época, porque temos carência de humidade no solo", explica João Paulo Rodrigues.

O agricultor acrescenta que "quem pode tirar água dos furos ou das albufeiras próprias está tirar. Mas isso tem custos de eletricidade ou de combustíveis, que estão a um preço muito elevado e fora do poder económico da nossa lavoura", diz, admitindo que o atual cenário ainda vai a tempo de ser aliviado caso fevereiro traga alguma chuva.

"Ainda não estamos a viver uma calamidade. Claro que se já tivesse chovido os cereais estavam muito melhores. Mas se houver chuva em fevereiro ainda conseguiremos salvaguardar algumas sementeiras e alguns cereais."

A região do Alto Alentejo já está a ser abrangida pela seca severa que cruza 34% do território nacional, enquanto a seca extrema atinge 11% do país.

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