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A seca prolongada que se faz sentir no nordeste algarvio está a pôr em risco as colónias de abelhas da região. O incêndio do ano passado, em Castro Marim, deixou um rasto de destruição de cerca de seis mil hectares de área ardida. Como consequência, as abelhas afastaram-se para a faixa litoral em busca de alimento, porém, tudo o que encontraram ao tocar nas flores foram herbicidas. De modo a preservar a espécie, a alternativa ao pólen teve, assim, de ser o açúcar.
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O agrónomo Paulo Ventura justifica que "como aquela região é muito árida, e pouca precipitação houve desde o incêndio, a reposição da flora para que as abelhas se alimentem tarda e, por isso, tivemos de recorrer a esta situação de emergência". Nesse sentido, o Governo já distribuiu oito toneladas deste produto aos apicultores e, para compensar a falta de pastagens, a Direção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP) anunciou que vai também distribuir 13,5 toneladas de palha e 8100 kg de milho e cevada pelos produtores pecuários.
De acordo com a Melgarbe, o Algarve é, atualmente, a principal região produtora de mel no país, com uma média de 900 toneladas por ano. Assim, Paulo Ventura alerta os consumidores portugueses para o facto de que "é indispensável preservar as abelhas, em Portugal, e a melhor forma de o fazer é consumindo mel de produtores portugueses". Atualmente, mais de 80% da produção de mel destina-se à exportação, principalmente para a França e a Alemanha, porque o consumo nacional é muito reduzido.
Ouça as declarações de Paulo Ventura.
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