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A Câmara Municipal de Beja exige explicações ao Governo e à Direção-Geral da Saúde (DGS).
A capital do baixo Alentejo é um dos concelhos onde o processo de desconfinamento vai parar nas próximas duas semanas por ter mais de 120 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
O presidente da autarquia explica à TSF que têm números diferentes fornecidos pelas autoridades locais de saúde pública que não permitem concluir que o concelho fica acima da linha vermelha definida pela Governo.

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"De 1 a 14 de abril tivemos 34 casos em Beja, o que aplicando a fórmula dá 101 casos por 100 mil habitantes. E se recuarmos um dia, de 31 de março a 13 de abril, o índice apenas sobe para 107", detalha Paulo Arsénio.
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Razões que levam a autarquia a exigir explicações da DGS: "A nossa reação é de completa surpresa e de incredibilidade por estarmos nesta lista de concelhos" que têm o processo de desconfinamento travado, com evidentes consequências graves para a economia local.
Câmara reage com "supresa e incredulidade" ao anúncio desta quinta-feira.
"A DGS tem de explicar que casos é que tem que a Câmara de Beja e as autoridades locais de saúde não têm", defende.
O município garante que a situação no concelho é "tranquila": "Estamos com 24 casos ativos, sem nenhum surto, sem ninguém de Beja internado no hospital e transformámos uma primeira fase de desconfinamento quase exemplar num castigo à população completamente injusto", conclui Paulo Arsénio.
Paulo Arsénio dá conta do cenário da pandemia no concelho.
Alandroal subscreve Évora
O presidente da Câmara do Alandroal - também no Alentejo - faz uma crítica semelhante à de Beja.
João Grilo diz à TSF que a DGS está a usar números desatualizados: atualmente o Alandroal só tem 4 casos ativos de Covid-19 o que não chega para atingir a linha vermelha definida pelo Governo.
"A minha única explicação é esta: os dados tidos em conta não foram os de hoje, mas os de há alguns dias atrás e vamos segunda-feira condicionar o município com números que ao dia de hoje já têm alguns dias", afirma o autarca.
No Algarve, Albufeira é outro município que vê o desconfinamento travado por ter mais de 120 casos por 100 mil habitantes.
O presidente da autarquia, José Carlos Rolo, não contesta os números, mas admite que tem dificuldades em perceber as contas das autoridades de saúde, nomeadamente ao nível das datas e dias usados nos cálculos da DGS, pois nos últimos dias Albufeira praticamente não tem tido novas infeções.
Na Marinha Grande, outro concelho em situação idêntica, a autarquia não contesta os números do Governo e a presidente da câmara, Cidália Ferreira, compreende a travagem no desconfinamento a nível local, recordando os surtos em algumas empresas e numa escola.