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Há dez anos que não se via nada assim. Os agricultores entre Abrantes e Constância afirmam que o caudal do rio Tejo está em níveis muito baixos, afetando muitos produtores.
Em declarações à TSF, Luís Damas, presidente da Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação, fala numa situação "dramática", e que se tem agravado cada vez mais. "Há um mês e meio que andam sem água no Tejo", precisa, falando num caudal que se reflete em níveis de 40%, em Alcântara.
"Nunca esteve assim nem na média dos últimos dez anos nesta altura. Vê-se que houve uma descida abrupta, muito acentuada, nestes dois meses. Cada vez está a piorar, parece um riacho."
O milho é a cultura mais atingida. Os agricultores "já se queixam com a perda de produtividade, imagine...", reivindica Luís Damas. De 15 e 16 toneladas de milho por hectare passaram a ter seis ou sete.
Ouça as declarações de Luís Damas.
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O presidente da Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação adianta que a falta de água está também a provocar problemas nos sistemas de rega."As estações de bombagem estão a ter problemas porque, quando o nível é muito baixo, estão chupar areias e detritos, o que está a entupir os tubos de regas dos pivots", refere.
Estão, por isso, a registar-se "problemas de sistema de rega e de falta de água para as culturas".
A associação de agricultores já conversou com a Agência Portuguesa do Ambiente e com o Ministério da Agricultura, mas ainda não foi encontrada uma solução. "Os agricultores e nós já comunicámos ao Ministério da Agricultura. Toda a gente diz que está atenta e que está a tentar resolver, mas o nível mantém-se."
Para Luís Damas, há duas soluções possíveis: "o caudal diário ser resolvido entre Portugal", ou tem de ser construída uma nova barragem.
Luís Damas apresenta duas sugestões.
O problema na barragem de Alcântara está relacionado com o negócio da Energia. As empresas gerem a libertação do caudal, consoante a exploração de energia elétrica.
O Governo espanhol anunciou na quinta-feira a abertura de uma investigação às empresas que gerem as barragens dos rios Douro e Tejo.