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A decisão surge depois de o professor de Economia ter sido alvo de 129 denúncias. Os estudantes acusam-no de incitação ao ódio. A Universidade deu os factos como provados e será aplicada a sanção mais grave. Os estudantes acusam o professor Pedro Cosme da Costa Vieira, de incitação ao ódio e à violência, sobretudo contra mulheres, ciganos e imigrantes.
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Na denúncia, com data de 2021, assinada por 129 alunos é descrito que o ambiente das aulas era tóxico e discriminatório, com vários atentados à cidadania. Entre as frases que terão sido ditas pelo professor estão: "As mulheres brasileiras são uma mercadoria" ou "Sabem o que é uma caçadeira? Aquela arma que os homens usam para matar as mulheres".
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A Universidade do Porto deu como provados os comportamentos relatados pelos estudantes, na sequência deste processo. O professor já tinha sido suspenso por 90 dias, teve um prazo de 10 dias úteis para recorrer da decisão, mas não avançou. Contactada pela TSF, a Universidade do Porto confirma que no início deste ano o senado aprovou por maioria a demissão do professor. O despacho, assinado pelo reitor António Sousa Pereira, foi justificado "tendo em conta os comportamentos descritos e provados que resultam do Relatório Final".
A TSF aguarda um comentário da Federação Académica do Porto e da associação que representa os estudantes brasileiros na universidade portuense a esta decisão.
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No início do mês, a Universidade do Porto revelou ter registado, no último ano letivo, quatro casos de assédio sexual, avançou na altura a Reitoria da instituição à agência Lusa.
"No último ano letivo, a U.Porto registou quatro processos de inquérito relacionados com assédio sexual. Um deles foi arquivado e no outro houve desistência de queixa por parte do ofendido ainda durante o inquérito. Os outros dois processos encontram-se ainda a decorrer, pelo que os resultados dos mesmos não são ainda conhecidos", explica a Universidade do Porto.

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Em outubro de 2020, o grupo de estudantes universitários Quarentena Académica denunciou que estavam a decorrer atos de xenofobia e racismo por parte de alunos e professores das faculdades de Engernharia e Letras daquela instituição. Na altura, qiestionados pela Lusa sobre a situação, a Universidade avançou que a instituição só ponderava prosseguir com a "abertura de processos disciplinares", mas que, para isso , precisava da uma queixa formal das vítimas.