A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, sublinhou, esta quinta-feira, que a Direção-Geral da Saúde se compromete a divulgar uma "nota técnica" que explica a decisão de aprovar a vacinação para crianças dos cinco aos 11 anos.
"No final deste processo de parecer técnico, a Direção-Geral da Saúde vai recebê-lo e comunicá-lo à tutela. Depois temos aqui uma segunda fase, que é publicar uma nota técnica a explicar todos os procedimentos que tiveram na base da decisão", explicou Graça Freitas.
A data prevista de chegada das vacinas é já na próxima semana e Graça Freitas promete divulgar o plano de vacinação para os mais pequenos esta sexta-feira.
"Se chegarem vamos poder começar a fazer a vacinação. Sexta-feira daremos pormenores", garantiu a diretora-geral da Saúde.
Apesar destes avanços, a responsável considera "muito difícil" conseguir vacinar todas as crianças, entre os cinco e os 11 anos, até ao Natal. Até porque o país tem cerca de 640 mil crianças nessa faixa etária e não há ainda vacinas suficientes para todos.
"Infelizmente algumas tiveram Covid e têm de fazer aquele intervalo até serem vacinadas. Depois receberemos mais vacinas em janeiro, por isso é que vamos fazer uma vacinação faseada e planeada", afirmou.
A diretora-geral da Saúde ressalva que não há sigilo relativamente ao parecer feito pelos especialistas e que foi entregue à Comissão Técnica de Vacinação. Uma resposta às críticas do PSD e Iniciativa Liberal, que exigem ter acesso ao parecer.
"Sigilo? Não entendi muito bem. Os pediatras e especialistas em saúde infantil têm tido a oportunidade de informar os pais e as pessoas através dos órgãos de comunicação social, portanto não há um sigilo. Houve um parecer dos pediatras e especialistas em saúde infantil, foi entregue à Comissão Técnica de Vacinação e foi um dos muitos documentos em que a Comissão Técnica de Vacinação se baseou para, ela própria, dar o seu ponto de situação técnico à Direção-Geral da Saúde", clarificou Graça Freitas.
Na terça-feira, a DGS recomendou a vacinação das crianças entre os cinco e os 11 anos, com prioridade para as que têm doenças consideradas de risco para Covid-19 grave.
Em comunicado, a DGS apontou que esta recomendação surge na sequência da posição da Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 (CTVC), que considerou, com base nos dados disponíveis, que a avaliação risco-benefício, numa perspetiva individual e de saúde pública, é favorável à vacinação das crianças desta faixa etária.
