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A variante do SARS-CoV-2 associada à Índia representa quase 5% dos casos de Covid-19 em Portugal, estando já em nove distritos e 13 concelhos do país, revelou esta sexta-feira o investigador do INSA João Paulo Gomes.
A variante associada à Índia, considerada de preocupação, apareceu "numa altura em que a população portuguesa já tinha um considerável grau de imunidade" e foi "um bocadinho surpreendente para todos", disse o investigador, adiantando que, não havendo casos em abril, de repente, em maio, está "com quase 5% dos casos Covid-19 em Portugal".
João Paulo Gomes falava na reunião de peritos do Infarmed, em Lisboa, à qual assistem o Presidente da República, o primeiro-ministro e membros do Executivo, a primeira depois do fim do estado de emergência.
Segundo João Paulo Gomes, dos 800 genomas já sequenciados em maio, 4,6% estão associados a esta variante indiana, o que representa 37 casos confirmados, mas segundo estimativas podem atingir os 160 casos.
Provenientes da Índia existem três variantes, mas apenas uma de preocupação.
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"Em maio, 4,6% estão associados a esta variante. Não se referem apenas a Lisboa e Vale do Tejo, já se encontram em 9 distritos e 13 concelhos", explicou o especialista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.
Variante do Reino Unido representa 87,2% dos casos
Já a variante do Reino Unido registou um ligeiro decréscimo, situando-se, em maio, em 87,2% dos casos. A variante de Manaus representa 3% dos casos, a da África do Sul, que "teve o pico em março" está à volta dos 2%, tendo sido detetada em 13 distritos e 41 concelhos.
Depois de explicar que as introduções da variante indiana em Portugal foram causadas por pessoas que foram à Índia e ao Nepal, o especialista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge afirma que "o vírus está a adaptar-se a uma população cada vez mais imunizada".
"Em novembro e janeiro, dominava a variante apelidada por espanhola, que depois foi substituída pela variante do Reino Unido. Se nos primeiros meses estas linhagens eram muito heterogéneas, nestes dois últimos meses as linhagens são muito específicas. Apenas duas ou três não têm mutações associadas à fuga ao sistema imunitário", clarificou João Paulo Gomes.
Apesar deste cenário de adaptação do vírus à situação imunológica da população, que melhora todas as semanas, o especialista pede à população que não fique assustada.
