A espantosa realidade das coisas

“A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias”
No magazine semanal de Fernando Alves, o sociólogo Paulo Pedroso observa a superfície e o fundo dos grandes temas da sociedade global. A investigadora Rita Figueiras promove a literacia da comunicação política. E a repórter Teresa Dias Mendes regista sinais fortes dos dias que passam.
Aos domingos, depois das 13h00

Está a verdade "sobrevalorizada"? 

Acaba de ser lançado um livro do jornalista, advogado e constitucionalista argentino Horacio Minotti, editor da Infobae, que situa "os rumores" no eixo da "nova comunicação política". Ele disse, numa entrevista recente, que "os valores morais não são para aqui chamados". Minotti aborda o impacto das notícias falsas nas estratégias de comunicação no interior do poder político a partir de um ponto de vista que poderíamos sintetizar no próprio título do livro: "A verdade sobrevalorizada". O editor do magazine dos domingos pediu aos comentadores residentes, Paulo Pedroso e Rita Figueiras, que reflectissem sobre o que é que este ponto de vista desvaloriza.

O sociólogo e professor do ISCTE e a professora de Ciências da Comunicação e de Comunicação Política da Universidade Católica de Lisboa foram ainda confrontados com esta sugestão do autor argentino, no seu último livro: "A psicologia do rumor ou "a teoria do rumor" , nestes tempos em que a circulação da informação se fez a uma velocidade extraordinária é aquilo que, verdadeiramente, deve ser analisado e aprofundado. Manejar o rumor é o segredo da comunicação política destes tempos, seja para o reproduzir, seja para travar o seu impacto e controlar os seus danos".

Vinte e cinco anos passados sobre a criação do rendimento mínimo, um projecto desenhado por Paulo Pedroso durante o governo de Guterres, a Espantosa Realidade das Coisas aborda um estudo promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e coordenado pelo sociólogo Fernando Diogo sobre a pobreza em Portugal. O estudo conclui que não basta ter um emprego estável para evitar a pobreza. Uma pergunta surge, inevitável: quer isto dizer que um emprego estável e o rendimento mínimo podem equivaler-se, perpetuando ambos um quadro de pobreza?

Fernando Diogo, o professor da Universidade dos Açores,e investigador da Nova, que coordenou o estudo, disse, a propósito, que um curso superior já não é, como em tempos, uma garantia contra a pobreza. O que é que falhou neste quarto de século?

O magazine dos domingos termina com uma visita à exposição "Atlas Suzanne Daveu" que pode ser vista desde esta semana numa das salas da Biblioteca Nacional. A repórter Teresa Dias Mendes conversou com a geógrafa de 95 anos sobre a exposição (organizada por Duarte Belo e Margarida Vidigal) e sobre o livro com o mesmo título, testemunho vivo do mundo percorrido e fotografado pela viúva de Orlando Ribeiro

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