A Rede Social

As conversas de olhos nos olhos alargam e enriquecem a nossa rede social. A Rede Social, a entrevista de Fernando Alves.
Às terças-feiras, depois das 19h00.

Eduardo Vítor Rodrigues: "O sociólogo é o grande inspirador do autarca"

O convidado da Rede Social de hoje é o sociólogo e autarca Eduardo Vítor Rodrigues. Nasceu em Gaia há quase 50 anos e, depois de ter dado aulas no Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde foi responsável pelas disciplinas de Sociologia do Desenvolvimento, Demografia e Migrações, Exclusão Social, Sociologia do Ambiente, Política Social, conquistou em 2013 a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Renovou o mandato em 2017, data em que foi, também, eleito presidente da Área Metropolitana do Porto.

Para início de conversa, o jornalista Fernando Alves quis saber onde guarda Eduardo Vítor Rodrigues o prémio "Engenheiro António de Almeida" que lhe foi atribuído por ter obtido a classificação mais elevada na licenciatura em Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. "O diploma está na parede, ao lado da minha mesa desarrumada e cheia de livros", explica o convidado da Rede Social. "Mas o prémio incluía também uma componente pecuniária de 100 contos, o que era dinheiro à época. Aproveitei parte desse dinheiro para pagar a inscrição no mestrado. Foi importante porque eu vinha de dois anos difíceis, tinha tido a necessidade de começar a pagar as propinas e de tirar a carta de condução e fui trabalhar, a tempo parcial, como guia turístico, nas caves do Vinho do Porto, na Real Vinícola".

O facto de ter de trabalhar a par dos estudos teve muita influência nas suas futuras opções de vida e no seu continuado empenhamento cívico: "O meu pai estava envolvido nas dinâmicas sociais, no mundo associativo, no andebol, na Associação Paroquial de Oliveira do Douro e eu acompanhava-o quando ele ia às reuniões nocturnas. Ficava na sala a jogar ténis de mesa, a minha modalidade favorita. Mas o facto de o acompanhar fez-me perceber o quanto era importante a dedicação aos outros", sublinha o autarca de Gaia. E por isso Eduardo Vítor Rodrigues diz não saber se foi a sua formação que adoptou esses padrões de vida ou se foram esses exemplos colhidos no quadro familiar que o encaminharam nas suas opções de formação.

A conversa corre pelos lugares de infância do autarca cuja cidade luta pela designação de Capital Europeia da Juventude em 2014.

A dada altura, o jornalista pergunta-lhe: "Se dependesse de si, as livrarias estariam encerradas?". Responde: "Não. Se dependesse de mim, estaríamos a fazer com as livrarias o que fazemos com os dentistas. Estaríamos a fazer marcações para entrada e as pessoas entrariam. Eu sou daqueles que entram muitas vezes nas livrarias sem comprar livros. Tocar nos livros e cheirar os livros são coisas que não se fazem na internet. Eu também compro livros pela internet, mas não é a mesma coisa. Ir a uma livraria é um acto de algum culto e nós não podemos permitir que as aulas on line e as livrarias fechadas, as exposições fechadas nos retirem esta dimensão. Por mim, as livrarias manter-se-iam abertas".

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