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Quem quisesse circular por aí com uma arma carregada à cintura sem enfrentar problemas com as autoridades devia acompanhar os vídeos explicativos no Tik Tok de Leandro Mathias de Novaes, simultaneamente advogado e fã de pistolas, espingardas, metralhadoras e seus derivados.
Os vídeos de Mathias, que mereceram um alerta do Tik Tok a dizer que a participação na atividade poderia causar ferimentos para si e para os outros, explicavam como comprar uma arma, como obter um registo de colecionador, atirador e caçador, em que circunstâncias se podia usar a arma no trânsito, o que configurava utilização em legítima defesa, como advogados deviam solicitar o porte e muito mais.
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Mathias, de 40 anos, obteve relativa fama como estimulador da compra de armas e criador de conteúdos nesse nicho de mercado mas só se tornou protagonista mesmo de uma notícia de âmbito nacional durante um ato corriqueiro no final de janeiro - acompanhou a mãe ao hospital para uma ressonância magnética - que terminou em tragédia.
Ao chegar à sala de exames do Laboratório Cura, no Jardim Paulista, região central de São Paulo, ele, a mãe e a equipa médica foram surpreendidos por um tiro.
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O campo magnético do equipamento que faria o exame puxou a arma da cintura e disparou-a, atingindo o abdómen de Mathias, que instantes antes havia assinado um termo em que concordava em retirar qualquer material metálico que transportasse.
O paciente foi socorrido no hospital São Luiz, passou por duas operações mas, após duas semanas em "estado grave", acabou por falecer no dia 6.