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O turismo é um dos setores que, em Portugal, mais contribui para ajudar a economia do país. Só em 2022 os aeroportos nacionais movimentaram quase seis milhões de passageiros em setembro - 5 900 000, um aumento de 63% face ao mesmo mês de 2021 - e os proveitos da atividade turística aumentaram 70,3% para 608 milhões de euros em setembro, face ao mesmo mês de 2021, o que representa uma subida de mais de 21% (21,3%) relativamente a setembro de 2019, pré-pandemia. Números que quem trabalha no setor vê com clareza no dia a dia.
"O turismo está a voltar a números equivalentes ou superiores aos que tínhamos antes da pandemia e estamos todos de parabéns por isso. São 500 mil postos de trabalho que isso representa, mas claro que, rejubilando com este sucesso, compete-nos também, como universidades, garantir que há um futuro auspicioso que tem de assentar na qualidade e inovação de um serviço de maior valor no setor. Isso pressupõe também que há uma evolução em termos de qualificação e esforços no sentido de haver mão de obra qualificada, sendo que esse é um problema que o setor está a enfrentar. As universidades do Campus Sul podem, seguramente, ajudar e muito", explicou no programa Campus Sul Pedro Saraiva, vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa e responsável pelas atividades da plataforma Turismo e Hospitalidade da Universidade Nova de Lisboa.
Já Antónia Correia, presidente do KIPT (Laboratório Colaborativo em Turismo e Inovação), defende a inovação como fundamental para o futuro do turismo, mas terá de ser uma inovação baseada nas pessoas.
"Daí a necessidade deste Campus Sul para qualificar e alocar todos os profissionais do turismo a contribuírem para a inovação do setor, isto é fundamental, principalmente porque durante toda a pandemia verificámos uma necessidade de inovação à qual o setor soube responder, mas obviamente que mais inovação é necessária. Os gostos do consumidor estão diferentes, o turista está diferente e esta pluralidade de espaço e geografias que o Campus Sul comporta é exatamente aquilo que está na génese de um profissional de turismo: saber trabalhar em qualquer lugar e em qualquer circunstância. Isto é a inovação que procuramos", lembrou Antónia Correia, também professora auxiliar da Universidade do Algarve.
Outro dos grandes desafios do turismo é tornar-se mais sustentável. Jaime Serra, professor auxiliar da escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora, investigador integrado e vice-diretor do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora, não tem dúvidas de que também neste fator as universidades têm um papel fundamental.
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"Tem a ver com esta resposta na qualificação dos recursos humanos. Essa resposta na qualificação dos recursos humanos será fundamental para dotar o setor de maior competitividade e capacidade de resposta mais rápida àquela que é outra componente, que é o facto de estarmos a ter uma transição energética e digital que está a acontecer de forma muito rápida. Isto tem que ver com a necessidade de uma adaptação cultural e social a este fenómeno e que nos levará a uma adaptação organizada a nível nacional", acrescentou.