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Chama-se Buba, o primeiro álbum de Bernardo Espinho. Buba, nome artístico de Bernardo. Buba, alcunha de miúdo, muito miúdo, quando ainda apenas balbuciava letras. Ficou Buba, para a família, para os amigos, e também para quem o ouve cantar. A música esteve sempre lá. Mesmo quando a timidez o levava para o quarto, enquanto a família desafiava o Cante na sala. Era um tempo de rua, e rua não lhe faltava na cidade de Beja, onde nasceu. Se não fosse a música, podia ter seguido desporto. Perdeu-se noutras pistas. Seguiu o coração. Buba tem dois amores, o cante e o fado.

Luís Espinho e Bernardo Espinho
© Arquivo Pessoal com Gerardo Santos/Global Imagens
Luís Espinho é um pai rockeiro . Por estes dias, voltou à estrada e aos palcos com a velha banda Hictal. Confessa que pula menos, que usa camisolas pretas para disfarçar a barriga, mas que a voz, ainda está para as curvas. Com mais agudos até, coisa rara, quando a idade se instala. Do conjunto de baile Revisão, ao grupo de música popular Adiafa, Luís soma vários estilos e muita experiência: Baile Popular, Vozes do Cante, Mestre Cante, sem esquecer os Green Windows , onde teve uma curta participação, em 1977, que coincidiu com o 2º lugar no Festival da Canção: Rita, Rita, Rita, limão, lá lá lá lá lá lá lá lá... (já não se lembra do resto da letra). Adiante. Luís Espinho nunca duvidou do talento de Buba. Esperou que a voz se revelasse.
E tudo começa pelo Cante. As modas alentejanas, muito antes da distinção da Unesco. Foi nas tabernas, nos jantares e nos serões, que Buba descobriu o amor pela música tradicional. Ainda no liceu, forma o grupo coral Bubedanas, com o qual percorreu o país, depois de ganhar um concurso do liceu. Mais tarde o pai convida-o para os Adiafa. Depois, descobre o fado.
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Uma família da música, à conversa com Teresa Dias Mendes. Para ouvir cantar e para ouvir histórias do cante alentejano
Em 2016, vence a grande noite do Fado, no Coliseu dos Recreios. Começa a cantar todas as noites, em casas como O Faia, ou a Adega Machado. E agora, arrisca a harmonia das duas expressões. Uma moda puxa a outra, um som desafia o outro, e a conversa vai enchendo o estúdio de histórias. Cultura, herança, sentimento, e microfone aberto para outros improvisos. Até em alemão...
Uma Questão de ADN, passa esta quinta-feira, depois das 15h. Repete a seguir à 01h e no domingo, depois das 14h. Um programa de Teresa Dias Mendes com sonorização de José Guerreiro, que pode escutar na íntegra em podcast e em tsf.pt