


Ainda falta completar o puzzle
"Após uma das melhores participações de sempre da Seleção Nacional em fases finais do Campeonato do Mundo, no Catar, FPF e Fernando Santos entendem que este é o momento certo para iniciar um novo ciclo."

Abriu o livro e disse um poema
O jogo da final vai ser o último encontro que Messi vai jogar com a camisola da Argentina, num Campeonato do Mundo. Como um menino de sorriso na cara, o "10" apenas quis destacar a importância desta geração albiceleste estar numa final do Mundial.

Marrocos tem aquilo que Portugal perdeu e precisa de recuperar?
Um tempero diferente em alguns dos jogadores de Marrocos. Ziyech ou Boufal brilham nos duelos. Também existiam extremos assim em Portugal.

Sem ambição não há campeão
Há sempre um patamar mínimo para uma seleção com o nível da portuguesa quando entra num Campeonato do Mundo de futebol. Já aqui o tinha referido: tudo o que fosse abaixo dos quartos de final seria uma má campanha. Logo, Portugal cumpriu a obrigação que lhe cabia para não sair do Mundial como uma derrotada ao lado da Alemanha, Bélgica ou Espanha, todas elas integrantes do lote de candidatos (mais ou menos favoritos, conforme os ângulos de abordagem).

Não quero falar do Cristiano Ronaldo
Não tenho muita paciência para a ideia, e que para mim é um pouco equivocada, de que existem somente duas posições, quase como antagónicas, sendo que, na verdade, há outros caminhos a seguir para a seleção nacional.

Novas cores para o Mundial
Japão, Coreia do Sul, Austrália, Senegal, Estados Unidos, Marrocos roubaram as atenções neste campeonato do mundo de futebol na primeira fase. Seja qual for o desfecho para estas equipas, o Mundial de 2022 parece indicar que no futuro uma equipa fora do eixo Europa-América do Sul pode chegar longe e bater o pé a um dos crónicos candidatos.

Tirar as costas do sofá
Aceito o calculismo no futebol. Também é preciso. Mas não há melhor que a imprevisibilidade daquele remate, corrida, toque, finta que não estava nos planos de uma equipa técnica. O resultado que mexe com todos os outros jogos e obriga a jogar mais com o coração e a emoção. Ou seja, o futebol.

Agora, é só para quem não hesita nem facilita
Virada a página da primeira fase, começou a etapa em que as grandes decisões do Mundial vão aparecer. Isto é tão mais relevante quanto sabemos que a história da competição é como nas farmácias: há de tudo. Desde aqueles que responderam bem quando contavam os pontos, mas que caíram logo no primeiro obstáculo a eliminar, até aos que tiveram um arranque deplorável e acabaram campeões.

Os rebeldes de Saltillo
Foi, talvez, o último torneio "amador" em que Portugal participou. Depois de 20 anos fora dos Mundiais, e com a memória de Inglaterra 66, em 1986 o país acreditava, sem reservas, na seleção. Na memória recente ainda estava o Europeu de França, em 1984, e a forma dramática como Portugal tinha sido eliminado pelos anfitriões. Dentro de campo, a seleção tinha mostrado bom futebol, Chalana tinha despontado para os palcos europeus e o conjunto estava afinado. Chamaram, aos que foram chamados para o México 86, os Infantes.

Da fúria a um futebol quixotesco
É para já a imagem que guardo do mundial. Os primeiros oito minutos da Espanha diante da Costa Rica transportam-me para um lugar diferente neste campeonato do mundo de futebol. Dois passes para golo de Pedri, não correspondidos na finalização de Asensio e Olmo. Uma sucessão de passes com critério, uma viagem de pé para pé. Na memória do futebol, não há apenas lugar para os vencedores, há (talvez) espaço para uma possibilidade estética, uma determinada ideia de futebol coletivo, apologia do passe, da qualidade técnica, um passe feito remate de sorriso no rosto (como aquele de Rafael Leão diante do Gana).

O que eles dizem que não se pode ver
Dizem que o mundo está cheio de invenções concebidas com a melhor das intenções. Verdade. Mas aquilo a que assistimos também é ao aproveitamento delas para as colocar ao serviço dos piores princípios. Como a censura. Este Mundial provou-o uma vez mais.

Torcer pelos mais fracos, mas no jogo da teoria?
É sempre curioso o hábito de perceber quem é o Golias e quem é o David. Antes do Mundial arrancar, tinha o desejo de ver os craques a jogar, mas depois até festejei os golos que derrotaram as equipas dessas estrelas do futebol.

A liberdade de ser criança
O meu "primeiro" Mundial foi o de 1982. Talvez por ter sido em Espanha, talvez porque Portugal foi invadido pela propaganda do evento, ou porque o Naranjito aparecia na televisão vezes sem conta. Era verão, e como em todos os verões, em criança, passávamos o tempo entre a praia e a casa grande da minha tia Artemísia, que era uma espécie de albergue espanhol. Havia espaço para todos, muito para fazer e, sobretudo, diante da casa, uma rua larga, imensa, sem transito, asfaltada, que era um perfeito campo de futebol. Era verão. E como todos os verões, sentíamo-nos livres, imortais, os dias eram longos e as férias sem fim à vista. Tempo. Espaço. Imaginação.

Não deviam ter manchado a bola, novamente
Que imagem vai sobrar do Mundial de 2022? A despedida de Messi ou de Ronaldo do grande palco do futebol? A subida ao altar do futebol de Pedri ou Mbappé, os golos de Lewandowski, ou de Lukaku, ou Mitrovic. As defesas do herói nacional mexicano Ochoa? Dificilmente. Como ninguém se lembra do que jogava a Argentina em 1978, ou da qualidade que tinha Meazza em 1934.

"Isto" faz mesmo parte disto
Se estivesse vocacionado para esquecer "isto" a minha única preocupação nesta altura do Mundial seria que não houvesse feriado no Gana pelas mesmas razões que houve na Arábia Saudita.

O Éder também já chegou a pedir um feriado
O que faz Messi não estar em dia sim. Messi perdeu, ou melhor, a Argentina perdeu frente à Arábia Saudita. E o Rei Salman bin Abdulaziz Al Saud decidiu festejar à séria e com um feriado desportivo. Vão agradecer ao Messi?
