


O que está a ganhar a linha do Minho com a eletrificação? Mochilas, bicicletas e carruagens cheias
As duas carruagens Sorefame, puxadas pela máquina série 2600 da CP, estão praticamente cheias quando entro em Nine no IR que partiu da Figueira Foz, ainda não eram sete da manhã, com destino a Valença. Como dormi em Braga, apanhei-o em Nine, mas fiz questão de vir neste IR, por ser uma das últimas novidades, por ligar duas cidades "periféricas" (no sentido de que não são duas grandes metrópoles) e para ver o que está, de facto, a acontecer. E parece que a aposta está ganha. Estas dezenas de pessoas não compraram bilhete só porque a TSF ia a bordo e eu até tirei fotos não vá haver algum espertinho que se ponha com ideias de que estou a inventar. E, se em Nine já vinha bem composto, em Barcelos completa-se. Não me parece nada descabido que, no próximo sábado, no lugar de duas, este comboio possa trazer três carruagens. A dica está dada. E esta viagem pela linha do Minho, a dada altura, começa a ser um autêntico passeio turístico.

Ciclovias: dinheiro gasto "por cada 3 km dava para reabrir 1 km de via estreita"
Está na moda transformar canais de linhas de comboio desativadas em ciclovias. Portugal é um país de modas, tendências e... invejas e "capelinhas". Não quero com isto dizer que são más modas ou boas modas, são simplesmente modas. Se o vizinho tem, então eu tenho de ter igual. "Ai tu tens um passadiço de madeira? Espera lá que vais ver o meu que vai ser muito maior que o teu..." E a moda pegou também nas ciclovias em canais em que outros tempos ouvíamos apitar comboios e automotoras, que serviam as populações. A questão de que pouco se fala (ou de que nem sequer se fala) é sobre quanto custam estas ciclovias aos municípios, entre o valor que se gasta na criação da infraestrutura, as rendas que têm de pagar à IP - Infraestruturas de Portugal. Sim, porque a IP cobra renda pela utilização do património público. E, ao que me disseram, não é barata.

MiraDouro, a viagem de cortar a respiração, mas que tem que chegar "até Espanha"
Porto>Pocinho>Tua>Porto

Dos rebuçados doces da Régua ao amargo, "lesivo e fraudulento" fecho das linhas do Tâmega e do Corgo
Ainda há rebuçados da Régua e sabem ao mesmo, mas a realidade já não é a mesma coisa. Quando chego, pouco depois das 11h00, apenas Maria Leitão está sentada à entrada da estação. Já nem apregoa com antigamente. Está cansada. Vende rebuçados da Régua há mais de 40 anos e sempre a ver chegar e partir os comboios, agora só os da linha do Douro, mas até março de 2009 ainda via também, embora composições mais pequenas, a partir e a chegar da linha do Corgo. "Eles têm andado cheios", diz-nos, e a razão, mais do que pelos turistas (muitos) que chegam à Régua, reside no facto de muitas aldeias destas encostas do Douro não terem outro tipo de transporte para "se deslocarem ao médico ou para outros afazeres no Porto". É mesmo, segundo a vendedora, "a melhor forma de deslocação". Se à rapidez conjugarmos a vista, não devem restar muitas dúvidas. Ainda assim, o comboio inter-regional demora quase duas horas a ligar as duas cidades, embora a viagem se faça com grande conforto nas melhoradas carruagens Schindler, produzidas em 1940 e colocadas ao serviço entre 1949 e 1977 (sobre o MiraDouro havemos de falar na crónica de amanhã).

"Espero que mantenham o Vouguinha, senão aqui o povo faz guerra"
Já várias vezes tentaram mandar o "Vouguinha" dar uma curva. E temendo ainda que isso um dia possa acontecer, a segunda parte das crónicas "Próxima Estação", da TSF, tinham de começar pelas curvas que serpenteiam e atravessam cidades, vilas e aldeias entre Aveiro e Espinho. E refiro-me a curvas, porque se está à espera de fazer uma linha com retas a perder de vista, esqueça. O comboio da linha do Vouga (neste caso uma automotora da série 9630) torce-se e contorce-se entre partidas e chegadas.

"Pare, escute e olhe" a aposta que a CP está a fazer nos comboios históricos
Tal como prometemos em julho, cá estamos de regresso aos carris para uma segunda temporada das crónicas "Próxima Estação". A volta pelos caminhos de ferro nacionais fez-se, numa primeira fase, pelas linhas da Beira Alta, Beira Baixa, Leste, Sul, Alentejo, Algarve e Oeste. Nesta segunda etapa, voltamos a pegar nos bilhetes e a embarcar mais a Norte, pelas linhas do Vouga, Minho, Douro, Norte, Braga e Guimarães. Aqui, tal como fizemos a Sul, inevitavelmente falaremos das centenas de quilómetros de vias desativadas. Não só perderemos o olhar na imensidão do Douro Património Mundial, que é possível apreciar embarcando no histórico comboio Miradouro (do qual falaremos atempadamente) como também recordaremos as quatro vias que do Douro ramificavam e que estão, toda elas, extintas: Tâmega (até Arco de Baúlhe), Corgo (até Chaves), Tua (até Bragança) e Sabor (até Miranda-Duas Igrejas). Assim estão: extintas, umas abandonadas, com património a ruir, outras "afogadas". Em 1968, Portugal tinha uma extensão de 3.592km de linhas de comboio. O país encolheu mais de mil quilómetros de ferrovia, em 52 anos.

Depois de anos sem "dar cavaco" à ferrovia, Portugal quer voltar a apanhar comboio do investimento ferroviário
Portugal tem hoje, em quilómetros, uma extensão de ferrovia idêntica ao que tinha em 1893.

"Defender os comboios é defender o país", um lema que vem de dentro das oficinas da CP
2021 é o ano europeu da Ferrovia e Portugal tenta apanhar o comboio dos investimentos ferroviários, que estão a acontecer um pouco por toda a Europa.

Com remodelação que vai "ao osso", carruagens compradas a Espanha vão começar a circular
Depois das 51 carruagens "arco", compradas à espanhola RENFE, a CP estuda a hipótese de comprar mais quatro, que estão encostadas em Málaga. Chegam já praticamente como sucata, a transformação vai "ao osso", mas saem das oficinas de Guifões, em Matosinhos, como novas, e toleram velocidades que podem chegar aos 200km/h, enquanto as portuguesas carruagens "Sorefame" apenas suportam velocidades até 140km/h. As primeiras três carruagens espanholas "arco", que servem de protótipo, estão praticamente prontas a circular.

Basta... Pum... Basta! Abaixo a Estação Nova de Coimbra!
Porto Campanhã > Coimbra A e B > Luso-Buçaco. Mochila às costas, bilhetes na mão, sentidos apurados, gravador preparado e embarcamos uma semana para uma viagem (inesquecível) de comboio. À janela, observamos o melhor e o pior das linhas de comboio portuguesas. Acertamos agulhas e tentamos perceber qual a "Próxima Estação" para a ferrovia nacional: o que vai evoluir o país com o plano ferroviário para 2030 e o que deixou para trás.

No "cérebro" das renovações da CP, guiado por um ferroviário
Porto-Campanhã > Contumil > Guifões. Mochila às costas, bilhetes na mão, sentidos apurados, gravador preparado e embarcamos uma semana para uma viagem (inesquecível) de comboio. À janela, observamos o melhor e o pior das linhas de comboio portuguesas. Acertamos agulhas e tentamos perceber qual a "Próxima Estação" para a ferrovia nacional: o que vai evoluir o país com o plano ferroviário para 2030 e o que deixou para trás.

A eletrificação bipolar da linha do Oeste e o mistério dos comboios que desaparecem
Lisboa (Alcântara Terra) > Caldas da Rainha > Coimbra B. Mochila às costas, bilhetes na mão, sentidos apurados, gravador preparado e embarcamos uma semana para uma viagem (inesquecível) de comboio. À janela, observamos o melhor e o pior das linhas de comboio portuguesas. Acertamos agulhas e tentamos perceber qual a "Próxima Estação" para a ferrovia nacional: o que vai evoluir o país com o plano ferroviário para 2030 e o que deixou para trás.

Entre Lagos e Tunes: "Esse lugar é meu, levante-se, por favor"
Lagos > Tunes > Lisboa (Alcântara Terra). Mochila às costas, bilhetes na mão, sentidos apurados, gravador preparado e embarcamos uma semana para uma viagem (inesquecível) de comboio. À janela, observamos o melhor e o pior das linhas de comboio portuguesas. Acertamos agulhas e tentamos perceber qual a "Próxima Estação" para a ferrovia nacional: o que vai evoluir o país com o plano ferroviário para 2030 e o que deixou para trás.

Eletrificação da linha do Algarve é bom sinal, mas sabe a pouco...
Faro > Vila Real de Santo António > Lagos. Mochila às costas, bilhetes na mão, sentidos apurados, gravador preparado e embarcamos uma semana para uma viagem (inesquecível) de comboio. À janela, observamos o melhor e o pior das linhas de comboio portuguesas. Acertamos agulhas e tentamos perceber qual a "Próxima Estação" para a ferrovia nacional: o que vai evoluir o país com o plano ferroviário para 2030 e o que deixou para trás.

"Só neste país." De Beja para Faro há uma ida quase a Lisboa, cinco horas de viagem e duas escalas
Mochila às costas, bilhetes na mão, sentidos apurados, gravador preparado e embarcamos uma semana para uma viagem (inesquecível) de comboio. À janela, observamos o melhor e o pior das linhas de comboio portuguesas. Acertamos agulhas e tentamos perceber qual a "Próxima Estação" para a ferrovia nacional: o que vai evoluir o país com o plano ferroviário para 2030 e o que deixou para trás.

Entroncamento: da morte (quase) anunciada a "maternidade" de comboios
Mochila às costas, bilhetes na mão, sentidos apurados, gravador preparado e embarcamos uma semana para uma viagem (inesquecível) de comboio. À janela, observamos o melhor e o pior das linhas de comboio portuguesas. Acertamos agulhas e tentamos perceber qual a "Próxima Estação" para a ferrovia nacional: o que vai evoluir o país com o plano ferroviário para 2030 e o que deixou para trás.

"Onde está a sua cama?" Quando a pergunta que fizeram a Kapuscinski na Índia se aplica a Portugal
Elvas > Entroncamento. Mochila às costas, bilhetes na mão, sentidos apurados, gravador preparado e embarcamos uma semana para uma viagem (inesquecível) de comboio. À janela, observamos o melhor e o pior das linhas de comboio portuguesas. Acertamos agulhas e tentamos perceber qual a "Próxima Estação" para a ferrovia nacional: o que vai evoluir o país com o plano ferroviário para 2030 e o que deixou para trás.

Ó Elvas, ó Elvas, só há um único comboio à vista... Na "ressurreição" da linha do Leste
Covilhã > Abrantes > Elvas. Mochila às costas, bilhetes na mão, sentidos apurados, gravador preparado e embarcamos uma semana para uma viagem (inesquecível) de comboio. À janela, observamos o melhor e o pior das linhas de comboio portuguesas. Acertamos agulhas e tentamos perceber qual a "Próxima Estação" para a ferrovia nacional: o que vai evoluir o país com o plano ferroviário para 2030 e o que deixou para trás.
